either become a lesbian or go to the airport

11/21/2012 § Deixe um comentário

this is what some people consider to be the perspectives of a single woman in Rio.

it feels good to write in english again.

I’ve been enjoying here, in Rio. it is a party-like life most of the times. sometimes the city is really like an adult amusement park, you dont even have to pay to get in, the fun is outside, you only pay for what you put in. and you find basically anything for reasonable prices.

today it was good to look at my islo group picture (my finish classmates in the church garden grass next to the school in the spring) and to remind myself of Finland and its finns as a safe place, even for me. a place where it doesn’t matter so much the size of your bra and your hairstyle, where there will be a warm place where anyone is welcome even in the coldest night. a human-friendly place, free from some of the downsides of a pleasure jungle like Rio.

I’m not complaining. at all. I’m happy as a baby chick in the garbage, as we say in portuguese. I’m going out several days a week, I’ve been flerting and dating a little, I’ve been dancing and hugging a lot, in the social evenings and in the biodanza sessions (sometimes I feel in a hormonal sauna in the biodanza classes!!). I have interesting jobs to do, exciting projects, dreams and work perspectives, the nature is beautiful, the weather is pleasant, I’m spending december camping in a natural sanctuary with my best friend, I’m exploding of love and happiness!

and still I feel safer and calmer when I look at those pictures, together with the FIndhorn NVC group and a bunny-bird-bike postcard from amsterdam. my heart feels heavier as a good thing, because it gets closer to the ground. I think of the round white beautiful moomin people drinking tea, watching the snow, moving trought life with no hurry and not much ambitions. It reminds me that life can be simple and chilled. and cozy. and light and warm. like the finns.

te escrevo

08/24/2009 § Deixe um comentário

nem sei porque te escrevo. te escrevo apenas.

naquele dia em que tomei fôlego para dizer-te o que sentia havia em mim uma esperança sincera de que botar para fora ajudaria a erradicar. havia a crença de que expor o segredo é enfraquecê-lo. não funcionou assim.

o que sinto por ti hoje é mais morno, mais brando, menos afobado. mas não é menor, pelo contrário. é suave e cômodo, aprendeu a conter-se, mas por isso mesmo é capaz de crescer sem que eu perceba, alimenta-se no escuro e ganha força, cria raízes no meu subterrâneo.

sem admitir, pouco a pouco deixo esse sentimento avançar e ganhar territórios no meu imaginário. finjo não notar e me engano que não sou eu mesma quem destranco as portas deixando que esse redemoinho me invada.

todos os dias te escrevo cartas e poemas. são canções que reverberam dentro de mim, melodias silenciosas que às vezes meus olhos entoam na tua direção e que não sei se és capaz de escutar.

te percebo cada movimento. vou te conhecendo, te desvendando, tenho impulsos de te cuidar. me dói às vezes não poder falar contigo sempre que tenho algo a te dizer e não poder regalar-te todos os tesouros que me lembram de ti. são tantas as frases que eu sublinho pensando em ler-te numa tarde de brisa quando repousarias a cabeça no meu colo, terias os olhos fechados para receber o sol e roçarias os pés descalços na grama. eu te leria todas essas maravilhas, te contaria histórias fantásticas e sonhos encantadores, te acariciaria os cabelos e beijaria teus cílios longos quase loiros, depois teus lábios gentis.

mas tudo isso é sonho, tudo isso não se pode, tudo isso eu tenho que engavetar em mim e esquecer e abafar. aconselharam-me a afastar-me de ti, mas parece que a vida só nos aproxima. ou seria eu que procuro artifícios para ter-te sempre por perto?

não sei mais como sentir tudo isso que sinto sem querer admitir. dizer-te em pessoa certamente soaria ridículo e vergonhoso, por isso, talvez, te escrevo. te escrevo porque já não cabe em mim.

07/15/2009 § Deixe um comentário

por não nos conhecermos
tenho a impressão de ainda não existires
tenho a impressão de não transitares pelo mundo
como transitamos confusos todos os demais

te imagino embalado num sono profundo
num invólucro pegajoso e transparente
membros retraídos, posição fetal
quase não respiras, não sonhas, não sabes

por aqui o dia amanhece chuvoso
vou ao trabalho, ao cinema, ao supermercado, ao aeroporto
não nos cruzamos em nenhum desses lugares
tu não transitas por eles

haverá o dia em que despertarás
e teremos a surpresa de nos esbarrarmos
para descobrir que eu também estive numa bolha
enquanto me procuravas

teus pés

06/21/2009 § Deixe um comentário

um dia, se tiver a oportunidade, eu te mostro os desenhos que fiz dos teus pés.

Redondos, as plantas muito brancas e os peitos cor de rosa. Fico pensando no peito do teu pé no meu peito.

sem expectativas

06/20/2009 § Deixe um comentário

Foi lindo e especial. Contigo sempre é. Espero que saibas disso. Gosto de pensar que para ti também seja.

Não me precipitei sobre as possibilidades antes e também não me perguntei sobre o que virá, está aí o maior aprendizado.

O importante é saber apreciar cada coisa exatamente do jeito que é.

eu vejo você

06/01/2009 § Deixe um comentário

facilmente eu te visualizo beijando uma outra mulher. uma menina. você sorri. daquele jeito que você sorri. seus olhos brilham, eu ouço o seu riso. eu imagino você abraçando ela, ela é pequena, você se abaixa para beijá-la. você e ela não têm nada em comum. ela não tem ideia do que se passa na sua cabeça. e o que se passa na cabeça dela passa muito longe da sua. mas você acha ela bonita. e ela acha você bonito, sem dúvida. não sei se do mesmo jeito que eu acho você bonito. eu gosto de pensar que eu acho você bonito de outro jeito. mas sinceramente, eu não sei se eu vejo a mesma coisa que ela vê e invento todo o resto para me justificar. é sincero o beijo de vocês. é só um beijo. o sorriso também é sincero. duram só aquela fração de realidade, beijo e sorriso, só enquanto vocês estão ali, e se beijam e ela ri mais infantil que maliciosa, você também, um pouco infantil. é preciso ser muito leve para se beijar assim, tão inocentemente.

outro dia eu sonhei com você e eu beijava você. mas não era você de verdade. era só o seu rosto. não tinha o som do seu riso nem o brilho dos seus olhos.

eu queria me ver beijando você. ou melhor, queria ver você me beijando. mas eu não consigo, isso eu não vejo. eu vejo você curioso me perguntando coisas e até você me contando coisas. eu vejo você me admirando e se importando com a minha opinião e dando valor ao que eu digo. e eu só digo isso tudo porque quero que você goste de mim. eu vejo você sorrir sinceramente diante da minha presença. mas eu vejo você sorrindo enquanto beija essa outra mulher.

minhas costas no teu peito

04/11/2009 § Deixe um comentário

Mais uma vez eu te procuro em todas as ruas e te reconheço em todos os passantes.

Continuo sentindo teu peito forte atrás das minhas costas, teus braços quase querendo me rodear. Que incrível a sensação que algo tão simples como dançar escorada no peito de um homem alto pode causar.

Tua passividade foi em não prosseguir ou não me afastar?

tu vens

02/15/2009 § Deixe um comentário

Eu vejo como você é. Posso descrevê-lo. Alto, magro, olhos azuis. Nariz e queixo pontudos, grandes, o pomo de adão, mãos e dedos largos, veias nos braços, a boca grande. Costas e ombros amplos. Olhos fundos e azuis. A alma grande. Pés compridos, senso de humor, sim, mas na maior parte do tempo sério. As pessoas não entendem muito. Algumas se encantam. Mas você é distante. Dos próximos não. Dos próximos é muito próximo e faz muito bem. Eu sei dos momentos felizes que teremos juntos, das gargalhadas, da intimidade telepática, dos nossos melhores momentos acontecendo aos 50 anos. Sei que talvez não estejas tão perto, que talvez ainda nos falte muito. Mas vens, tu vens. Eu já escuto os teus sinais.

Que em 2009 não nos falte nada

12/22/2008 § Deixe um comentário

Semana passada a cidade nos violentou. Contávamos já com um amanhecer romântico, uma última chance de paixonite do ano e quem sabe pelo menos um sábado preguiçoso cheio de sorrisos, mas ao invés disso levamos um susto, depois a raiva, a indignação, o constrangimento, o medo, a despedida de silêncios desconfortáveis. Semana passada a cidade nos levou muito mais que uns trocados, um telefone e um maço de cigarro.

Eu volto sempre à mesma posição, aqui nessa cadeira, olhando por essa janela, o rio de janeiro não é aqui, o rio de janeiro é lá fora onde eu mesma não vejo mas sei que é muito intenso.
Você, de alguma forma, também não está no rio de janeiro. não adiantaria sair por aí te procurando, você também se assustou com a cidade e se recolheu. 
Que venham então as viagens, viajemos pra longe até que deixe de parecer um pesadelo. Porque nisso eu ainda discordo de você, não é acordar e pensar que foi um pesadelo, é passar por cima até do pesadelo.
O tempo é muito maior que a gente, o tempo e o espaço combinados então, podem te revolucionar os sóis. Quem seremos daqui a um, dois, quem sabe quantos meses, até que nos vejamos de novo? Será por vontade ou por acaso contrangedor ou por feliz coincidência? Que nos veremos é certo, afinal, ao sair eu da minha e você da sua toca, ainda estaremos no rio de janeiro, no mesmo rio de janeiro que às vezes nos abusa, às vezes nos dá volta, às vezes nos dá pena, mas que em geral nos apaixona. Mas não se pode prever quem seremos, parte de que seremos, a que ou quem pertenceremos.
Teria sido bom, eu acho. Teria sido melhor que acordar só num sábado cinzento, que dirá então quanto melhor seria que acordar e lembrar do que de fato foi. Infelizes coincidências de vírgulas, de intromissões, de desvios, que nos obrigou a deixar algo faltando. 
Não fomos os únicos a sentir faltarem coisas em 2008. Pra todos os lados que eu olho 2008 foi um ano de grandes perdas, de coisas que ficaram faltando.
E agora vem o turbilhão das festas, das praias, dos transatlânticos, dos fogos de artifício, dos alulcinógenos, das batucadas, do povo cantando ladeira acima e abaixo, das paixões irresponsáveis em língua estrangeira.
Mas se daqui a algum tempo, quando voltarmos ao rio de janeiro, ou quando o rio de janeiro voltar ao normal, se acharmos que isso que ficou faltando ainda parece uma boa idéia, faço votos de que em 2009 não nos falte nada.

me dá enjôo

12/09/2008 § 1 comentário

ele achou interessante eu dizer que tenho uma psicóloga. ou engraçado. ou bonitinho. ele s0rriu, ou pela psicóloga em si ou pelo meu comentário. ele soriu  e me deu raiva.

quer saber? tive vontade de mandar à merda. e mando mesmo. à merda, você com seus risinhos, com seus comentários ambiguos, com suas piadinhas incrivelmente sem vergonha. vá à merda com essa sua cara de pau de querer deixar todas as menininhas sem reação, sabendo que não vai acontecer nada, porque a gente ri de volta e você de quebra ainda se sente gostoso e arrebata o coração de uma ou outro de vez em quando. me pergunto se com eles você também faz isso se puder.
é o fim da picada que no meio disso tudo, dessa avalanche de coisas que nao deixam a gente respirar, que me deixam tremendo tomando café sem açucar e precisando de sessões extras de análise pra tentar descarregar, eu ainda tenha que achar espaço pra isso.
não sei se é ele ou se é a situação, se é que pode haver alguém fora de alguma situação. Não sei se é o sorriso, se são os comentários cretinos, se é a admiração por algum modelo ou o personagem completo, mas você me perturba muito. 


Eu queria nunca mais ter que pisar lá. eu queria não ter que lidar com o fato de que você existe, que você me disse as besteiras que disse sem saber o efeito que provocava e eu deixei isso acontecer, eu alimentei isso animada, eu alimento agora, escrevendo isso tudo. Mas comigo é sempre assim, as coisas que eu preferia não ter que lidar são as que eu não páro de pensar e escrever sobre.
Tudo o que realmente acontece, acontece nos espaços em branco. 
Me dá enjôo isso tudo. Pensar que o quadro pode ser muito mias sórdido que eu imagino. ou pior ainda, pode ser muito mais simples e eu posso estar só, como sempre, exagerando. mas há o quadro, fora da minha cabeça? Existem os fatos ou tudo que há são minhas reações a eles?
A realidade no momento me parece um tanto quanto duvidosa.  Por favor, não a torne mais confusa.
  

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